Eu ia andando pelo caminho
em pleno sertão, o cafezal tinha ficado lá longe...
foi quando escuitei o seu canto
que me pareceu o soluço sem fim da distância...
A ânsia de tudo o que é longo como as palmeiras.
A saudade de tudo o que é comprido como os rios...
O lamento de tudo o que é roxo como a tarde...
O choro de tudo o que fica chorando por estar longe... bem longe.
BRAGA, Rubem (org.) Cassiano Ricardo - Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1964, p.26-27.