Questões de 41 a 80

Gabarito

41. (UC-MG) Graciliano Ramos é autor que, no Modernismo, faz parte da:

  1. fase destruidora, que procura romper com o passado.

  2. segunda fase, em que se destaca a ficção regionalista.

  3. fase irreverente, que busca motivos no primitivismo.

  4. geração de 45, que procura estabelecer uma ordem no caos anterior.

  5. década de 60, que transcendentaliza o regionalismo.

42. (EU-Maringá)

"A cachorra espiou o dono desconfiada, enroscou-se no tronco e foi-se desviando até ficar no outro lado da árvore, agachada e arisca, mostrando apenas as pupilas negras. Aborrecido com esta manobra, Fabiano saltou a janela, esgueirou-se ao longo da cerca do curral, deteve-se no mourão do canto e levou de novo a arma ao rosto..."

O excerto acima apresenta uma cena da obra:

  1. Angústia

  2. Vidas Secas

  3. Doidinho

  4. Dom Casmurro

  5. Menino do Engenho

43. (PUCCAMP) Em sua obra, "a tendência regionalista acaba assumindo a característica de experiência estética universal, compreendendo a fusão entre o real e o mágico, de forma a radicalizar os processos mentais e verbais inerentes ao contexto fornecedor de matéria-prima. O folclórico, o pitoresco e o documental cedem lugar a uma maneira nova de repensar as dimensões da cultura, flagrada em suas articulações no mundo da linguagem".

Esse conjunto de características descreve a obra de:

  1. Clarice Lispector

  2. José Cândido de Carvalho

  3. Erico Verissimo

  4. Jorge Amado

  5. Guimarães Rosa

44. (PUCCAMP) O isolamento social e cultura de uma família de retirantes nordestinos e a tragédia do ciúme, provocada por um incontrolável sentimento de posse, são os temas centrais de dois grandes romances de Graciliano Ramos, respectivamente:

  1. Vidas Secas e São Bernardo

  2. São Bernardo e Vidas Secas

  3. Caetés e Angústia

  4. Angústia e Caetés

  5. São Bernardo e Angústia

45. (VUNESP) Leia com atenção o texto a seguir:

"– Ara, ara, bichinha. antes pelesses mundões, viu-que-te-viu, avistei deparado muito que assim-assim, luziluzindo, eu figurava rindo que nem-nem. apois. A senhora tolere. Não gloso. Deus esteja, que-que vem a ser isso que nem-nem o que for?"

Neste trecho, extraído da obra Vencecavalo e o outro povo, o autor, João Ubaldo Ribeiro, alude parodisticamente ao estilo de:

  1. Graciliano Ramos

  2. José Lins do Rego

  3. João Guimarães rosa

  4. Osman Lins

  5. Dalton Trevisan

46. (VUNESP)

"Descendente de senhores de engenho, o romancista soube fundir, numa linguagem de forte e poética oralidade, as recordações da infância e da adolescência com o registro intenso da vida nordestina colhida por dentro, através dos processos mentais de homens e mulheres que representam a gama étnica e social da região".

O trecho acima refere-se ao autor de

  1. Vidas Secas

  2. Fogo Morto

  3. Grande Sertão: veredas

  4. A Hora da Estrela

  5. Tempo e o Vento

47. (PUCCAMP)

"O romance é narrado na primeira pessoa, em monólogo ininterrupto, por um velho fazendeiro do Norte de Minas, antigo jagunço. Na estrutura do livro, os fatos são transpostos para uma atmosfera lendária e o real se cruza com o fantástico."

As afirmações acima referem-se à obra-prima de um grande escritor brasileiro moderno:

  1. Saragana, de João Guimarães Rosa.

  2. Cangaceiros, de José Lins do Rego.

  3. Menino do Engenho, de José Lins do Rego.

  4. Grande Sertão: veredas, de João Guimarães Rosa.

  5. Tempo e o Vento, de Erico Verissimo.

48. (UFPA) Em fevereiro de 1909, Marinetti publicou na Europa um manifesto cujas idéias desencadearam o:

  1. Dadaísmo

  2. Futurismo

  3. Surrealismo

  4. Romantismo

  5. Simbolismo.

49. (UFPA) As idéias de Marinetti influenciaram muito os nossos autores. Dele, os escritores brasileiros seguiram:

  1. a exacerbação do nacional e a sintaxe tradicional.

  2. a paixão pela metáfora, intelectualista e rebuscada, e pelas frases de efeito.

  3. a negação do passado e o uso de palavras em liberdade.

  4. conceito de felicidade na vida em contato com a natureza e a fé na razão e na ciência.

  5. gosto pelo psicologismo na ficção e a supervalorização da natureza.

50. (PUC-RJ) O movimento artístico-literário que mobilizou parcela significativa da intelectualidade brasileira durante a década de 20 e procurou romper com os padrões europeus da criação tinha como proposta:

  1. a tentativa de buscar um conteúdo mais popular para a problemática presente nas diferentes formas de manifestação artística.

  2. a tentativa de recuperação das idealizações românticas ligadas à temática do índio brasileiro.

  3. a valorização do passado colonial, ressaltada a influência portuguesa sobre a nossa sintaxe.

  4. a tentativa de constituição, no campo das artes, da problemática da nacionalidade, ressaltadas as peculiaridades do povo brasileiro.

  5. a desvalorização da problemática regionalista, contida nas lendas e mitos brasileiros.

Assinale:

  1. se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas.

  2. se somente as afirmativas I e V estiverem corretas.

  3. se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

  4. se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.

  5. se somente as afirmativas II e V estiverem corretas.

51. (PUCSP) A Semana de Arte Moderna (1922), expressão de um movimento cultural que atingiu todas as nossas manifestações artísticas, surgiu de uma rejeição ao chamado colonialismo mental, pregava uma maior fidelidade à realidade brasileira e valorizava sobretudo o regionalismo. Com isto pode-se dizer que:

  1. romance regional assumiu características de exaltação, retratando os aspectos românticos da vida sertaneja.

  2. a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos modelos clássicos.

  3. movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e reinterpretando nossa realidade.

  4. os modelos arquitetônicos do período buscaram sua inspiração na tradição do barroco português.

  5. a preocupação dominante dos autores foi com o retratar os males da colonização.

52. (FIUbe-MG) O Modernismo brasileiro preocupava-se em criar uma arte essencialmente brasileira. Entretanto, alguns dos primeiros escritores desse movimento estético, no Brasil, sofreram influências:

  1. do futurismo

  2. do Concretismo

  3. do Hiper-realismo

  4. da arte popular

  5. da arte cinética.

53. (UCP-PR) Movimento literário brasileiro que recebeu influências de vanguardas européias, tais como o Futurismo e o Surrealismo:

  1. Modernismo

  2. Parnasianismo

  3. Romantismo

  4. Realismo

  5. Simbolismo

54. (UFPE)

  1. Com o Modernismo, desenvolveu-se a preocupação de valorizar nossa tradição artística, sobretudo teve início um verdadeiro trabalho de retomada crítica da nossa produção literária do passado.

  2. A Semana de Arte Moderna foi, não resta dúvida, um acontecimento marcado por idéias renovadoras; não se pode negar, contudo, o fato de ter desencadeado certas conseqüências negativas; uma delas, por exemplo, foi certo clima de intranqüilidade, tanto no aspecto social como no ideológico.

  3. A primeira fase do movimento modernista no Brasil foi marcada por um comportamento iconoclasta; a utilização do poema-piada, da liberdade de expressão, do coloquialismo na linguagem literária atestam certo nível de irreverência típica dessa fase.

Responda:

  1. se as três estiverem certas

  2. se I e II estiverem certas.

  3. se II e III estiverem certas.

  4. se I e III estiverem certas.

  5. se nenhuma estiver certa.

55. (UCP-PR) Baseando-se no trecho abaixo, responda obedecendo ao código.

"Trem de ferro

Café com pão

Café com pão

Café com pão

Virge Maria que foi isto maquinista?"

(Manuel Bandeira)

  1. A significação do trecho provém da sugestão sonora.

  2. O poeta utiliza expressões da fala popular brasileira.

  3. A temática e a estrutura do poema contrariam o programa poético do Modernismo.
    1. se I, II e III forem corretas.

    2. se I e II forem corretas e III incorreta.

    3. se I, II e III forem incorretas.

    4. se I for incorreta e II e III corretas.

    5. se I e II forem incorretas e apenas III correta.

56. (FESP-PE)

"Quando as casas baixarem de preço,/ Laura Moura, prenda minha,/ Uma delas será sua sem favor./ Lá fora a bulha da cidade/ Disfarçará nosso prazer.../ E a gente, numa rede maranhense,/ Ao som dum jazz bem blue,/ Balancearemos no calor da noite,/ Sonhando com o sertão."

Assinale a afirmativa que não constitui característica do Modernismo e que, assim, não se aplica ao texto acima.

  1. Valorização poética de aspectos da realidade tradicionalmente considerados prosaicos.

  2. Utilização de versos simétricos, porém brancos.

  3. Integração na nossa cultura de manifestações artísticas estrangeiras.

  4. Síntese poética da nacionalidade pela integração de diversos aspectos culturais do país.

  5. Aproximação dos padrões da linguagem coloquial.

57. (UCP-PR) Ano decisivo para o Modernismo brasileiro é 1917, já que nele aparecem produções que iriam revolucionar a arte literária brasileira. Da lista abaixo, o que apareceu pela primeira vez em 1917?

  1. Wilson Martins: O Modernismo e Mário da Silva Brito: Antecedentes da Semana de Arte Moderna.

  2. Monteiro Lobato: Urupês e Manuel Bandeira: Carnaval.

  3. Anita Malfatti: Homem amarelo e Mulher de cabelos verdes e Di Cavalcanti: Carnaval.

  4. Mário de Andrade: Paulicéia desvairada e Graça Aranha: Canaã.

  5. Menotti del Picchia: Juca Mulato e Manuel Bandeira: A cinza das horas.

58. (PUC-RS)

"O que eu adoro em tua natureza,

Não é o profundo instinto maternal

Em teu flanco aberto como uma ferida.

Nem tua pureza. Nem tua impureza.

O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!

O que eu adoro em ti, é a vida."

A estrofe acima é um exemplo do traço de ..... e de ..... que existe na obra de Manuel Bandeira.

  1. rebeldia - ódio pela vida

  2. melancolia - indiferença pelo mundo

  3. ternura - paixão pela existência

  4. saudade - medo ao cotidiano

  5. amargura - conformismo com o destino

59. (FMABC-SP) De Manuel Bandeira, é válido dizer que:

  1. foi um poeta típico do período crepuscular anterior ao Modernismo.

  2. voltou-se sobretudo para o mundo interior, procurando captar, com sua sensibilidade delicada, as nuanças da sombra, do indefinido, da morte.

  3. foi um dos grandes agitadores da literatura brasileira e, em sua obra, salientam-se experiências semânticas que fazem dele um precursor da poesia concreta.

  4. soube conciliar a notação intimista com o registro do mundo exterior, e sua obra poética abrange desde poemas de tom parnasiano até experiências concretistas.

  5. exaltou a cidade natal, fez a apologia da preguiça criadora, valorizou os mitos amazônicos.

60. (VUNESP) Embora tenha publicado dois livros de poesia caracterizadamente modernista, Manuel Bandeira manteve sempre muita independência em relação às diversas correntes literárias. Assinale a alternativa que apresenta os títulos corretos de suas obras modernistas, bem como uma de suas características mais marcantes:

  1. Clan do Jabuti e Libertinagem, singeleza formal.

  2. Remate de males e O ritmo dissoluto, virtuosismo rítmico.

  3. A cinza das horas e Carnaval, ardente e contido sopro erótico.

  4. Losango cáqui e Mafuá do malungo, expressão do nacional.

  5. ritmo dissoluto e Libertinagem, incorporação do prosaico.

61. (FIUbe-MG) A poesia modernista, sobretudo a da primeira fase (1922-1928):

  1. utiliza-se de vocabulário sempre vago e ambíguo que apreenda estados de espírito subjetivos e indefiníveis.

  2. faz uma síntese dos pressupostos poéticos que norteavam a linguagem parnasiano-simbolista.

  3. incentiva a pesquisa formal com base nas conquistas parnasianas, a ela anteriores.

  4. enriquece e dinamiza a linguagem, inspirando-se na sintaxe clássica.

  5. confere ao nível coloquial da fala brasileira a categoria de valor literário.

62. (FCMSCSP)

"3 de maio

Aprendi com meu filho de dez anos

Que a poesia é a descoberta

Das coisas que eu nunca vi."

(Oswald de Andrade)

As cinco alternativas apresentam afirmações extraídas do Manifesto da Poesia Pau-Brasil; assinale a que está relacionada com o poema "3 de maio".

  1. "Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano."

  2. "... contra a morbidez romântica – pelo equilíbrio geômetro e pelo acabamento técnico."

  3. "Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com os olhos livres."

  4. "A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas..."

  5. "Temos a base dupla e presente – a floresta e a escola."

63. (FCMSCSP)

Movimentos:

  1. Pau-Brasil

  2. Verde-Amarelo

  3. Antropofagia

Objetivos:

1. Resposta ao conservadorismo manifestado pelo movimento da Anta.

2. Revalorização do primitivo, através de uma arte que redescobrisse o Brasil.

3. Proposição de uma estrutura nacionalista.

A associação correta é:

  1. I-2; II-3; III-1.

  2. I-3; II-2; III-1.

  3. I-1; II-2; III-3.

  4. I-3; II-1; III-2.

  5. n. d. a.

64. (FCMSCSP) As barreiras entre os gêneros literários tornaram-se tênues no Modernismo, que, à procura de uma expressão nova, trouxe à prosa características da poesia e vice-versa, ou, algumas vezes, alternou numa mesma obra poesia e prosa de ficção.

Um texto que espelha semelhante situação é:

  1. Memórias sentimentais de João Miramar.

  2. São Bernardo.

  3. Triste fim de Policarpo Quaresma.

  4. auto da compadecida.

  5. Lição de coisas.

65. (UFPA) Oswald de Andrade, para sistematizar os princípios da corrente Pau-Brasil, do nosso Modernismo:

  1. aproveitou-se exclusivamente das idéias dadaístas.

  2. aproveitou-se de aspectos para os quais Pero Vaz de Caminha chama a atenção em sua Carta sobre o descobrimento do Brasil.

  3. aproveitou-se das sugestões temáticas que se depreendem das sátiras de Gregório de Matos Guerra.

  4. valeu-se de princípios da tradição poética parnasiana.

  5. aproveitou a sugestão romântica de libertar a imaginação e a fantasia.

66. (PUC-RS)

"O fazendeiro criara filhos

Escravos escravas

Nos terreiros de pitangas e jabuticabas

Mas um dia trocou

O ouro da carne preta e musculosa

As gabirobas e os coqueiros

Os monjolos e os bois

Por terras imaginárias

Onde nasceria a lavoura verde do café."

Este poema de Oswald de Andrade exemplifica o movimento nativista... . O poeta, através de uma poesia reduzida ao ...., buscou uma interpretação de seu país.

  1. Antropófago - visual

  2. Verde-amarelo - simbólico

  3. Terra roxa e Outras Terras - discursivo

  4. Anta - concreto

  5. Pau-Brasil - essencial.

67. (FUVEST-SP) O Romantismo está para o Modernismo, assim como:

  1. Inocência está para A carne.

  2. A escrava Isaura está para A escrava que não é Isaura.

  3. A escrava Isaura está para O cortiço.

  4. Memórias póstumas de Brás Cubas está para Memórias do cárcere.

  5. A Moreninha está para dom Casmurro.

68. (F. de Ciências e Letras Pe. Anchieta-SP) Passando de maneira brusca do primitivo solene à crônica jocosa e à paródia, Mário de Andrade jogou sabiamente com níveis de consciência e de comunicação diversos, justificando plenamente o título de rapsódia, mais que "romance", à obra que se trata de:

  1. A escrava que não é Isaura.

  2. Macunaíma.

  3. Paulicéia desvairada.

  4. Losango cáqui

  5. Empalhador de passarinhos.

69. (FMU-SP) O tema da pátria distante foi retomado por muitos poetas. Um deles, Oswald de Andrade, do Modernismo.

São características do Modernismo:

  1. linguagem coloquial; valorização do nacional; tom irônico; liberação absoluta da forma.

  2. nacionalismo; tom irônico; linguagem retórica; liberdade de composição.

  3. saudosismo; crítica social; verde-amarelismo; regras rígidas de composição.

  4. linguagem retórica; saudosismo; nacionalismo; regras rígidas de composição.

  5. linguagem retórica; liberdade de composição; cientificismo; tom irônico.

70. (FEBASP)

"Não sendo um personagem, mas um símbolo, ..... está ao mesmo tempo no passado e no presente, no sul e no norte do Brasil. Ele é, de resto, intemporal e supergeográfico como, por um lado, será mais americano que brasileiro..." (Wilson Martins).

Estes dados referem-se a:

  1. Peri.

  2. Macunaíma.

  3. Augusto Matraga.

  4. Jeca Tatu.

71. (UFV-MG) Assinale a alternativa em que há uma característica que não corresponde ao Modernismo em sua primeira fase (a de São Paulo, 1922).

  1. Ruptura radical e audaciosa em relação às posições estéticas do passado, quebra total da rotina literária.

  2. Caráter turbulento, polemista, de demolição de valores.

  3. Exaltação exagerada de fatores como mocidade e tempo; o novo, nesta fase, foi erigido como um valor em si.

  4. Movimento de inquietação e de insatisfação; os novos se lançaram à luta em nome da originalidade, da liberdade de pesquisa estética e do direito de "errar".

  5. apesar de toda a radicalidade do grupo, é unânime a preocupação dos modernistas com o purismo da linguagem.

(FAAP-SP) Texto para as questões de 72 a 77.

"Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Ver a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

mando chamar a mãe-dágua

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

– Lá sou amigo do rei –

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

(Manuel Bandeira)

72. (FAAP-SP) A simples leitura do texto já nos convence tratar-se de um poema filiado ao modernismo já que se trata de um poema:

  1. de tom coloquial, sem rima, em que não está presente a pontuação tradicional.

  2. em que predomina o vago, o etéreo, o indizível.

  3. de absoluta precisão formal.

  4. em que aparece a figura da mulher idealizada e a fuga de um lugar distante e edênico.

  5. que busca o bucólico, o campestre, o fantástico.

73. (FAAP-SP) Pasárgada, cidade lendária da antiga Pérsia, no poema indica outro espaço e outro tempo. No texto, há uma oposição entre um aqui e um lá; entre um agora e um então. Esta oposição recebe o nome de:

  1. silepse.

  2. antítese.

  3. pleonasmo.

  4. sinestesia.

  5. polissíndeto.

74. (FAAP-SP) Não é difícil definir o tema da ida para Pasárgada:

  1. busca dos prazeres libidinosos

  2. evasão espacial e temporal

  3. volta à infância

  4. amor à civilização

  5. apego ao poder.

75. (FAAP-SP) Voltaire afirmava que "quem quiser fundar alguma coisa de grande deve começar por ser completamente louco". Bandeira nega este mundo chato e mofino, percorrendo vastidões da fantasia, ainda que seja para cair na loucura, especialmente em:

  1. Joana a Louca de Espanha

    Vem a ser contraparente

    Da nora que nunca tive

  2. ... farei ginástica

    Andarei de bicicleta

  3. Montarei em burro brabo

    Subirei no pau-de-sebo

  4. Tem telefone automático

    Tem alcalóide à vontade

  5. Tem prostitutas bonitas

    Para a gente namorar.

76. (FAAP-SP) Nesta estrofe, o poeta devidamente refugiado no mágico Éden imaginário, projeta uma série de ações insignificantes que compõem o cotidiano de um menino sadio. É o retorno psicológico à infância – marca de um tempo feliz e de liberdade. A estrofe começa assim:

  1. Vou-me embora pra Pasárgada

    Lá sou amigo do rei

  2. Vou-me embora pra Pasárgada

    Aqui eu não sou feliz

  3. E como farei ginástica

    Andarei de bicicleta

  4. Em Pasárgada tem tudo

    É outra civilização

  5. E quando eu estiver mais triste

    Mas triste de não ter jeito

77. (FAAP-SP) Inconformado com o real concreto, o poeta enumera um conjunto de vantagens que este mundo fantástico oferece: sexo livre, uma nova percepção do tempo e do espaço, uma nova permeabilidade para uma revisão do mundo material. A estrofe começa assim:

  1. Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

  1. Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

  1. E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

  1. Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

  1. E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito.

78. (F.C.Chagas-BA)

  1. Moderno e versátil, Vinícius de Moraes compõe, com mestria, tanto letras para canções populares como poemas dentro dos mais estritos padrões clássicos.

  2. Cecília Meireles caracterizou sua poesia pela constante sugestão de sombra, identificação e ausência; mas soube também incorporar a matéria histórica, em uma de suas mais importantes obras.

  3. A Moreninha narra, em linguagem presa ao modelo lusitano, a história de um amor impossível entre um jovem da aristocracia imperial do Brasil e uma mestiça.

Assinale a alternativa correta.

  1. Só a proposição I é correta.

  2. Só a proposição II é correta.

  3. Só a proposição III é correta.

  4. São corretas as proposições I e II.

  5. São corretas as proposições II e III.

79. (PUC-RS) O livro de Cecília Meireles que evoca os "tempos do ouro" denomina-se:

  1. Romanceiro da Inconfidência.

  2. Balada para el-Rei.

  3. Vaga música.

  4. Retrato natural.

  5. Romance de Santa Clara.

80. (UCP-PR) A poesia modernista revela:

  1. nacionalismo crítico.

  2. valorização do popular.

  3. versos livres.

  4. Estão corretas as afirmações a e c.

  5. Estão corretas as afirmações a, b e c.

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