O fenômeno da crase existe quando há uma fusão (ou contração) entre a preposição "a" e o artigo definido feminino "a".
A crase não deve ser aplicada ao "a" que segue qualquer conjunção. Apesar disso, freqüentemente se observa o emprego da crase depois da conjunção caso. Provavelmente, isso se dá por analogia a outros termos da língua, como as expressões "devido à"..., "relativo à" que admitem a crase.
Exemplos:
Muitos ingressos irão faltar, caso a estréia seja adiada. [Adequado]
Caso as promessas sejam falsas, outras revoltas acontecerão. [Adequado]
É interessante notar, porém, que em casos de inversão dos termos de uma oração que contenha a conjunção caso, pode-se verificar o "a" craseado após a conjunção. Mesmo nesse caso, não se trata de a conjunção caso reger a preposição "a", mas sim de inversão dos termos, em que um objeto indireto, por exemplo, é antecipado na oração.
Exemplo:
Caso às ordens eu não me refira, lembrem-me, por favor. [Adequado]
...[ordem linear: "Caso eu não me refira às ordens"]
...[às ordens: objeto indireto de "referir-se"]
A conjunção caso pode ser substituída pela conjunção "se", pois ambas têm valor condicional. Por essa operação de substituição é possível ter clara a função da palavra caso e, conseqüentemente, confirmar o emprego inadequado da crase junto a essa palavra.