Manuel Bandeira

(1886-1968)

DADOS BIOGRÁFICOS

Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu, em Recife, Pernambuco, em 1886. Estudou no Pedro II, no Rio de Janeiro e na Escola Politécnica de São Paulo. Contudo, acometido de tuberculose teve de abandonar o curso na Politécnica, fato que, mais tarde, foi registrado no poema Testamento. Percorreu várias cidades em busca de cura, entre elas: Itaipava, Campanha, Teresópolis, Maranguape, Uruquê e Quixeramobim.

Em 1913, embarcou para a Europa e no Sanatório de Clavadel, na Suíça, entrou em contato com a poesia francesa simbolista e pós-simbolista, cuja influência está presente em seu livro de estréia A Cinza das Horas e também em Carnaval. Ao retornar, dedicou-se ao magistério, lecionando no Ginásio Carioca, no Pedro II e, na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde ministrou Literatura Hispano-Americana.

Fixou-se no Rio de Janeiro, estreitando amizade com os escritores Ribeiro Couto, Tristão de Ataíde, Graça Aranha e Ronald de Carvalho que, durante a Semana de Arte Moderna, leu o poema de Manuel Bandeira Os Sapos [ver Antologia] sob as vaias do público, tornando-se um dos pontos altos do evento. O poeta participou da Semana à distância, pois não concordava com os ataques violentos aos parnasianos e simbolistas.

Mário de Andrade e Oswald de Andrade parecem ter exercido certa influência sobre a escolha de Bandeira, ao decidir romper com as barreiras da tradição e partir para o experimentalismo, presente em obras como o Ritmo Dissoluto e Libertinagem, escritas na "fase heróica" do Modernismo. Manuel Bandeira foi, ainda, Inspetor do Ensino Secundário e membro da Academia Brasileira de Letras. Faleceu, no Rio de Janeiro, em 1968.

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

A poesia de Manuel Bandeira nasce parnasiana e simbolista e, aos poucos, se distingue como "o melhor verso livre em português". O poeta transita do Parnasianismo ao Modernismo e experiências concretistas, conservando e adaptando os ritmos e forças mais regulares.

Em sua obra, o aspecto biográfico, marcado pela tragédia e tuberculose, é poderoso, constando até em obras nitidamente modernas, como Libertinagem. Há, ainda, a marca da melancolia, da paixão pela vida e das imagens brasileiras. As figuras femininas surgem envoltas em "ardente sopro amoroso", enquanto outros poemas tratam da condição humana e finita sem deixar de demonstrar o desejo de transcendência como em Momento num Café, Contrição, Maçã, A Estrela e Boi Morto [ver Antologia].

PRINCIPAIS OBRAS

Poesia

A Cinza das Horas (1917); Carnaval (1919); Poesias (1924); Libertinagem (1930); Estrela da Manhã (1936); Mafuá do Malungo (1948); Opus 10 (1952); Poesias Escolhidas (1937, 1948, 1955, 1961); Poesias Completas (1940, 1944, 1948, 1951, 1954, 1955,1958); 50 Poemas Escolhidos pelo Autor (1955); Antologia Poética (1961); Estrela da Tarde (1963); Estrela da Vida Inteira (1966); Meus Poemas Preferidos (1966).

Prosa

Crônicas da Província do Brasil (1936); Guia de Ouro Preto (1938); Noções de História das Literaturas (1940); Literatura Hispano-Americana (1949); Gonçalves Dias (1952); Itinerário de Pasárgada, memórias, (1954); De Poetas e de Poesia (1954); Frauta de Papel (1957); Quadrante 1 e 2 (Crônicas de Manuel Bandeira e outros) 1962 e 1963; Os Reis Vagabundos e mais 50 Crônicas (1966); Andorinha, andorinha (1966).

Antologias

Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Romântica (1937); Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Parnasiana (1938); Antologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos (1946).

Traduções

Poemas Traduzidos (1945,1948); Maria Stuart, de Schiller (1955); Macbeth, de Shakespeare (1956); La Machine Infernale, de Jean Cocteau (1956); June and the Peacock, de Sean O' Casey (1957); The Rain Maker, de N. Richard Nash (1957).

Ver também:

Antologia

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